Semana de Moda de Milão só não é melhor que rever Pérola Negra no SBT. Vamos ao que realmente é BAPHO, meu amor:
Já no primeiro dia, a Gucci dá uma surra de pica mole nos fashionistas que estão acostumados com roupinhas à la Melina Playmobil Gouveia. De Raquel Zimmermann à Freja Beha, a marca italiana trouxe tecidos brilhosos, fluídos, muitos drapês, cordões dourados, amarrações e uma das fortes tendências pro verão 2011, as franjas! De saias e calças de cintura alta com a canela à mostra a cocktail dresses trabalhados em penas que passam longe de serem tupiniquins. Que riqueza! Era coral com dourado, um turqueza alí, um petróleo lá… aquela mesma fórmula de tons pastéis com cores fortes, mas muito mais elaborado, muito mais sofisticado. Me deu vontade de ser aquela mulher italiana, era a mesma coisa que ver a força de Sophia Loren, em roupas! Um mix de melindrosas anos 20’s e iconografias de 1940’s com folk e high-tech… Tô Barbie na caixa até agora. A Gucci desfilou uma mulher imponente, contemporânea, que absorveu a essência de outrora e exteriora uma personalidade única, simples e sofisticada. O que falar das bolsas e dos sapatos: cobras, ankle sandals de tiras, fechados, vazados. Se antes queria ser uma mulher Balmain, agora, depois desse show, quero ser Gucci meoamor!
Outro desfile marcante foi o de Alberta Ferretti, com um setentismo fluído em rendas, fitas e prints florais, drapês e plissados que eu chamaria de boho surrealista, por me lembrar muito um fairy tail – figurinos de Guillermo del Toro em El Laberinto del Fauno (desculpe, sou poliglota) ou As Crônicas de Nárnia – um campesino, porém, muito mais romântico, encantador e mágico do que uma simples revitalização da década de 1970’s.
E se eu já estava tombada com o tapa na cara que a Gucci me deu no primeiro dia, veio a Fendi e me jogou na cara que meu guarda-roupa é over. Também na década de 70’s em cores, formas e um styling buscando um glamour não tão presente quando se trata dessa época como tema de desfile – visto que o setentismo é muito natural e bucólico – Karl Lagerfeld e a designer de acessórios Silvia Venturini Fendi agregaram ao hippie um certo ar contemporâneo, chic e moderno para a mulher que trabalha e não quer perder a leveza feminina e o perfume faustoso. Volumes e shapes mais arredondados na parte superior e recortes proporcionando um pouco de pele: sensual sem ser vulgar, aprendam!
Cores neutras como branco, verde água e turquesa contrastando com cores quentes: roxo, vermelho, laranja, salmão e preto. Moda democrática, elegante.
Enquanto a grande maioria aproveitou a estação pra sair da monocromia, Dolce & Gabbana mergulhou de cabeça no Vanish Poder O2 e fez uma coleção pra mãe de santo nenhuma botar defeito! Vestidos longos, minivestidos, saias, ternos e túnicas de silhueta slim trabalhados em pedrarias tão delicadas que parecem cair ao olhar! Romantismo traduzido em rendas, bordado inglês, branco, preto e algumas animal prints pra apimentar.
3 tapas na cara de quem falar que parece toalha de mesa. No dia que sua toalha de mesa parecer D&G, você tá feita!
NãoMeGonga! adverte: o restante desse post pode causar
TONTURA – VERTIGEM – LABIRINTITE
SISIGURA PRO GONGO!
Anna Wintour dá 3 risadas por ano, pelo menos 1 delas já foi com a coleção da Prada. Miuccia Prada não tomou o Tarja Preta e propõe para o verão, uma versão caricata de Carmen Miranda. As frutas em si não são problema, muito menos novidade, diga-se de passagem. Mas é quase um impasse entender as modelagens desproporcionais estampadas com macacos, bananas e listras de tamanhos absurdos que beiram a cafonice. Pra completar o gongo, camisas de corte reto que fariam qualquer bicheiro ir à loucura e um vestido laranja neon que é moda nas penitenciárias dos EUA. #tábôa
QUANTOS TAPAS?